Examinando as Escrituras

Problemas com o Conhecimento de Deus

30-09-2015 10:51

Problemas com o conhecimento de Deus

Professor Rev. Alcimar Dantas Dias

Curso preparatório para o Batismo.  Ano 2015.

Introdução.

De acordo com Packer[1] (1999), o ensino Bíblico é básico para o Cristianismo como instrução do próprio Deus, encarnando, como afirma João Calvino, dos lábios santos do Altíssimo e chegando até nós por mediação humana. Se a Escritura é na verdade, o próprio Deus pregando e ensinando, como o grande corpo da igreja tem sempre afirmado, segue-se então que a primeira marca da boa Teologia é procurar ecoar a palavra divina tão fielmente quanto possível.

Jesus afirmou em Jo.17: 3 que a salvação consiste no conhecimento de Deus. Em Jo.14:8 e 9 Solicitou-lhe Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso é suficiente para nós”.  Então Jesus ministrou-lhes: “Há tanto tempo estou convosco, e tu não me tens conhecido, Filipe? Aquele que vê a mim, vê o Pai; como podes dizer: ‘mostra-nos o Pai’?

A questão que surge é: O que ocupa mais tempo em sua mente, as grandes ideias humanas ou o pensamento sobre Deus?   

        O pressuposto é que desde o início da história humana as pessoas vêm colocando Deus à distância, porém, o segredo da verdadeira felicidade consiste em CONHECÊ -LO e SERVI-LO através de uma mente cheia dos seus pensamentos e de uma fé baseada nas Escrituras Sagradas. 

Abaixo estão alguns fatores que dificultam o conhecimento de Deus:

  1. Busca por entretenimento (Jesus nunca organizou uma programação para entretenimento, sua vida foi de renúncia e sofrimento porque estava envolvimento na tarefa mais séria da humanidade: salvação)

  2. Falta de tempo para estudar as Escrituras com profundidade. Js.1:9

  3. Falta de discernimento dos Sofismas Gn. 3:1 a 6

  4. Dificuldades de processamento dos sentidos. O homem conhece através da Sensação e da Percepção. São meios frágeis que devem ser considerados. A visão na hora da leitura e a audição durante uma palestra são os principais sentidos que atuam no processamento do conhecimento. Devemos dar total atenção a esses sentidos na hora do aprendizado para não perder detalhes que fazem a diferença na apreensão e retenção do conteúdo.

  5. O mais grave é a falta de interesse pela escola dominical e pelo culto doutrinário.

  6. Falta de informações sobre a importância do conhecimento de Deus. (J.I. Packer ,1996) afirma que a falta de conhecimento de Deus se assemelha a colocar um imigrante no centro de uma grande cidade desconhecida. Para quem não conhece Deus o mundo é um lugar estranho e doloroso. Desprezar o conhecimento de Deus é sentenciar-se a si mesmo a uma vida de tropeços, de confusão e de mediocridade. A vida fica sem direção e na total dependência dos outros.

Cinco Pressupostos básicos sobre o Conhecimento de Deus:

1. Deus fala aos homens, e a Bíblia é a sua Palavra, que nos foi dada a fim de nos tornar sábios para a salvação.

2. Deus é Senhor e Rei deste mundo; Ele governa todas as coisas para sua glória, mostrando sua perfeição em tudo o que faz, a fim de que homens e anjos possam louvá-lo e adorá-lo.

3. Deus é Salvador, ativo em amor soberano mediante o Senhor Jesus Cristo para salvar os crentes da culpa e do poder do pecado, adotá-lo como filhos e assim abençoá-los.

4. Deus é triúno. Há três pessoas em Deus: O Pai, O Filho e o Espírito Santo; e a obra da salvação é operada pelos três ao mesmo tempo: O pai propôs, o Filho realizou e o Espírito aplica

5. Piedade significa responder á revelação de Deus com confiança, obediência, fé, adoração, oração, louvor. Submissão e serviço. Isso e nada mais é a verdadeira religião.

Uma indagação importante nessa altura: Qual é o meu objetivo em ocupar a mente com o conhecimento de Deus?

O conhecimento de Deus pode gerar: Orgulho, egoísmo, motivo para rir dos que sabem menos,etc. A verdadeira motivação deve ser:

  1. Busca pela verdade,

  2. Humildade diante de nossas fraquezas, O conhecimento da grandeza e glória de Deus deve nos levar a conhecer nossas fraquezas e consequentemente produz em nós o conforto espiritual e gera em nós o verdadeiro sentido da vida.

  3. Exaltação e glorificação a Deus pela sua grandeza e por último,

  4. Ter prazer e segurança em Deus (Salmo 119:103 e 104).

O método para que seja assim é:

  1. meditar sobre o que se conhece sobre Deus diante dele, através da oração.

  2. Aplicar o conhecimento de Deus à própria vida.

Um dos sinais do pouco conhecimento sobre Deus é o fato de que gastamos 90% do nosso tempo nos preocupando com coisas que não podemos controlar. Quando entendemos isso passamos a nos preocupar mais com as coisas que dependem de nós. Existem muitas coisas que precisam ser retiradas do nosso pensamento (Fp.3:7 a 10).

Evidências do conhecimento de Deus

  1. Os que conhecem Deus têm grande força por meio dele (Dn.11:32). Principalmente força para orar, Dn 9:3.

  2. Os que conhecem Deus pensam grandes coisas sobre Ele Dn 2: 20 a 22; 9: 4 a 14

  3. Os que conhecem Deus desfrutam da alegria dele.

Com base na primeira pergunta do Breve catecismo (Jonh Piper, 2009) escreveu sobre o prazer cristão.

Pergunta 01: Qual é o fim principal do homem?

Resposta: O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.

Evidências Bíblicas: Rm 11:36; I Co 10:31; Sl 73:24 a 26 e Is.43:7

Falar do “prazer cristão” soa controverso, mas este é um antigo estilo de vida. Este estilo de vida nos remete a Moisés, que escreveu os primeiros livros da Bíblia e fez ameaças terríveis se nós não fôssemos felizes: “Porquanto não servistes ao Senhor, teu Deus, com alegria e bondade de coração... servirás aos inimigos que o Senhor enviará contra ti” (Dt. 28.47-48). Nos remete também ao rei de Israel, Davi, que chamou Deus de sua “grande alegria” (Sl 43.4) e disse: “Servi ao Senhor com alegria” (Sl 100.2) e “deleita-te no Senhor” (Sl 37.4); e que orou: “Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que...nos alegremos todos os nossos dias” (Sl 90.14); e que prometeu que o prazer completo e duradouro é encontrado somente em Deus: “Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Sl 16.11).     

E a Jesus, que disse: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e perseguirem... Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus” (Mt 5.11-12); e que disse: “Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo” (Jo 15.11); e que suportou a Cruz “em troca da alegria que lhe estava proposta” (Hb 12.2); e que prometeu que, no final, os servos fiéis ouviriam as palavras: “Entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.21).

E a Tiago o irmão de Jesus, que disse: “Tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações” (Tg 1.2). E ao apóstolo Paulo, que estava “entristecido, mas sempre alegre” (2Co 6.10); e que descreveu o ministério da sua equipe como “cooperadores de vossa alegria” (2Co 1.24); e que ordenou aos cristãos: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fp 4.4); e até mesmo disse: “Nos gloriamos nas tribulações” (Rm 5.3). E ao apóstolo Pedro, que disse: “Alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando” (1Pe 4.13).

E também a Santo Agostinho, que no ano de 386, encontrou liberdade da sensualidade e depravação impura nos prazeres supremos de Deus: “Quão suave se tornou de repente para mim a privação das falsas delícias! Eu que tanto temia perdê-las, senti prazer agora em abandoná-las. Tu, ó verdadeira e suprema suavidade, as afastavas de mim. Afastavas e entravas em lugar delas, mais doce do que qualquer prazer.

E aos puritanos cujo objetivo era conhecer a Deus tão bem a ponto de dizerem que “deliciar-se nEle é o nosso ofício”, porque eles sabiam que este prazer “nos armaria contra os ataques de nossos inimigos espirituais e tiraria de nós o apetite por aqueles prazeres com os quais o tentador isca seus anzóis”.

E a Jonathan Edwards, que descobriu e ensinou mais poderosamente do que muitos que “a felicidade da criatura consiste em regozijar-se em Deus, através de quem Deus também é magnificado e exaltado.”.“A finalidade da criação é glorificar a Deus. E o que é glorificar a Deus, senão regozijar-se diante da glória que Ele manifestou?”

 

 

 

 

 

 

 



[1] James Innell Packer (Gloucester, 22 de julho de 1926) é um teólogo anglicano e professor de teologia no Regent College, em Vancouver, Canadá. Seus livros já venderam mais de três milhões de exemplares. Entre os seus livros publicados em português estão O Conhecimento de Deus, Esperança, Na Dinâmica do Espírito, Entre os Gigantes de Deus e Os Vocábulos de Deus. Foi editor da revista Christianity Today (Cristianismo Hoje) e membro do comitê de novas traduções da Bíblia.

 

 

 

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